Portugal tem uma população cada vez mais envelhecida, e com o envelhecimento surgem condições de saúde mais prevalentes, como a incontinência urinária. De acordo com um estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, entre 41,2% e 55,9% dos idosos em Portugal sofrem de algum grau de incontinência urinária, sendo mais comum nas mulheres, mas afetando também muitos homens.
Apesar de ser uma condição frequente, muitos idosos resistem ao uso de fraldas, muitas vezes por vergonha, estigma ou por associarem esse produto à perda de autonomia e dignidade. Esta recusa pode comprometer o bem-estar, a higiene e a autoestima da pessoa. Neste artigo, explicamos a importância de abordar o tema da incontinência e as estratégias para que possa convencer o seu familiar.
A importância de abordar a incontinência
Convencer um familiar a usar proteção para a incontinência requer tato. Esta situação pode ser delicada, mas com a abordagem certa, é possível ultrapassar a resistência e garantir maior qualidade de vida. Considere os seguintes aspetos:
- Evite o termo “fralda” – muitos idosos rejeitam o termo por o associarem a bebés. Em vez disso, utilize expressões como “proteção para incontinência” ou “cuecas absorventes”.
- Compreenda a origem da resistência – a recusa pode estar relacionada com o medo de parecer dependente, a negação da idade ou simplesmente a falta de informação. Identificar a causa é o primeiro passo para ajudar.
- Reforce a autonomia e a dignidade – explicar que o uso de proteção não diminui a independência, pelo contrário, pode evitar situações embaraçosas e proporcionar maior segurança no dia a dia.
Estratégias que podem ajudar
De seguida, apresentamos algumas estratégias que podem facilitar a aceitação do uso de proteção para incontinência:
- Evite a palavra “fralda” – utilize termos mais neutros como “cuecas absorventes” ou “proteção para incontinência”, que são menos estigmatizantes e mais facilmente aceites.
- Explique os benefícios – destaque aspetos como o conforto, a higiene, a prevenção de irritações na pele e a redução do risco de acidentes e constrangimentos.
- Apresente opções discretas – hoje existem produtos que se assemelham a roupa interior comum, permitindo ao utilizador sentir-se mais confortável e confiante.
- Envolva um profissional de saúde – um médico ou enfermeiro pode reforçar a importância da utilização deste tipo de proteção de forma técnica e credível, ajudando a quebrar resistências.
- Dê autonomia na escolha – permita que o seu pai experimente diferentes modelos e escolha aquele que considera mais confortável e adequado à sua realidade.
- Mostre exemplos positivos – se conhecer alguém que utiliza este tipo de produto de forma discreta e sem problemas, partilhar essa experiência pode ajudar a normalizar o tema.
Convencer um familiar a usar proteção para a incontinência pode ser um desafio, mas com empatia, paciência e a informação certa, é possível abordar esta questão de forma respeitosa e construtiva. O objetivo principal é preservar a dignidade e a qualidade de vida do seu pai, garantindo conforto, segurança e bem-estar. Com o apoio de profissionais e uma atitude compreensiva, esta transição pode tornar-se mais natural e menos dolorosa para todos os envolvidos.
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